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Biofisio

PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO (Terapia ABA)


MANDO Mando é uma parte da comunicação em que a criança pede por algo que ela precisa ou quer. O mando também pode ocorrer por remoção de um item ou atividade indesejada. Exemplo: Após a criança ficar várias horas privada de líquido ela pede “água”, ou ainda realizando uma atividade indesejada diz para o responsável “não quero mais”, esses dois exemplos são respectivamente mando por um item e mando por retirada de atividade. Os mandos são de extrema importância para a comunicação da criança com seus pares, pois ao conseguir emitir de forma adequada o que deseja ou precisa, a criança não precisa utilizar de comportamento problema para ter acesso ao que quer. Material: Objetos de interesse da criança, itens que a criança precisará para concluir determinada atividade/tarefa. Instrução: Uma das formas de mando é o apontar, para ensino dessa ação o reforçador (item que a criança deseja muito naquele momento) deve estar presente. O aplicador deve pegar o item e colocar próximo à criança, entretanto, esta não poderá ainda ter acesso ao estímulo. Ao colocar o item à vista da criança, o aplicador deverá fornecer ajuda total, segurando a mão da criança levantando o dedo indicador e abaixando os quatro restantes realizando assim o apontar, recebendo no mesmo instante o item desejado (reforço). Esse procedimento deverá ser feito várias vezes com diversos itens diferentes. Após um período, a ajuda pode ser menos invasiva, o aplicador pode passar a dar apenas um toque na mão da criança para que ela realize o apontar, depois apontar para o item para que a criança imite realizando também o apontar até que a criança realize a ação de forma totalmente autônoma. Além do apontar o mando também pode ser realizado de forma vocal. A criança precisa querer por determinado estímulo, o aplicador deverá questionar a criança para saber o que ela precisa, caso não responda de forma espontânea, dicas deverão ser fornecidas. Aplicador segura nas mãos o item que a criança quer (nesse exemplo um lápis) e pergunta “o que você quer” ou “o que você precisa”, não havendo resposta o aplicador deverá fornecer dica total, dizendo “lápis” para que a criança repita a palavra, tendo então acesso ao item. Após algumas vezes dando dica total, o aplicador deverá fornecer menos dicas, passando a dizer só “lá...” para que a criança diga a palavra por completo, posteriormente gesticulando com os lábios o início da palavra ser produzir som para que a criança veja e diga “lápis”, até que a criança consiga emitir o mando de forma autônoma. Esse mesmo procedimento pode ser realizado com outras palavras ou pedidos de ações como: me ajuda; me dá; pega para mim; por favor mais; vamos rápido, vamos devagar; passa a peça; pega o “objeto”; quero comer “nome do estímulo”; vamos passear. Mandos por retirada de atividade ou item também é um repertório de grande importância a ser ensinado para a criança. Nesse procedimento o aplicador precisa observar comportamentos que sinalizem que a atividade que a criança está realizando está deixando de ser reforçadora, nesse momento o aplicador precisa dar dica total para a criança dizendo: “nome, diga não quero mais”, após repetir o que o aplicador disse a atividade deverá ser finalizada. Assim como no procedimento anterior, após um período de realização com dica total, o aplicador deve fornecer menos ajuda para a criança, passando a dizer apenas “não quero...”, depois “não..” até que a criança diga toda a frase de forma autônoma. Lembrando que é de extrema importância que a criança tenha acesso ao item desejado ou a atividade finalizada (seja o apontar ou mando vocal) no mesmo instante em que o mando adequado ocorrer (reforço contingente). TATO Tato é a parte da comunicação em que a criança faz nomeações de estímulos, ações ou atributos de algum item do ambiente. Quando uma criança diz “mamãe” porque está vendo sua mãe podemos dizer que esta criança está tateando, nomeando o estímulo que está visualizando, um outro exemplo é quando a criança escuta o miado de um gato e diz “gato”, que também é um comportamento de tato. Material: Objetos diversos facilmente encontrados no ambiente natural da criança (brinquedos, roupas, comidas, bebidas, itens de higiene). O aplicador também pode realizar ações ou indicar partes do seu próprio corpo para que a criança nomeie. Instrução: O aplicador deve separar diversos materiais que serão utilizados na atividade. Mostrar o item para a criança e perguntar “o que é isso?”, “qual o nome disso?” ou ainda realizar determinada ação e questionar “o que eu estou fazendo?”. O tato pode ser trabalhado de várias formas, por exemplo durante uma brincadeira de “comidinha/panelinhas” com a criança. O aplicador pode perguntar “o que é isso” quando pegar uma colher, ou ainda, “o que estou fazendo” quando utilizar a mesma colher para mexer a panelinha, não respondendo de forma correta o aplicador deverá fornecer dicas, iniciando com uma dica total e diminuindo a quantidade da ajuda, nesse exemplo o aplicador poderia ajudar dizendo “colher” e “mexendo”, posteriormente a ajuda poderia ser mais leve como “co...” e “me...” para que a criança pronuncie a palavra completa, até nomear o item e a ação de forma autônoma. Essa mesma estratégia pode ser utilizada para outras brincadeiras, diferentes contextos e ações. O treino de tato também pode ser realizado de uma forma mais estruturada e não só em uma situação de brincadeira com a criança. É importante mencionar que após emitir a resposta correta o aplicador deverá reforçar imediatamente a criança, realizando elogios “muito bem!”, “você acertou!”, “parabéns!”, “campeão!” entre outros, entregando algum item de preferência para a criança ou ainda fazendo cócegas por exemplo (desde que a criança aceite e goste desse contato). Caso a criança emita uma resposta incorreta para determinado estímulo é fundamental que o aplicador faça a correção (dizendo o nome correto do item ou da ação) e dê uma nova oportunidade de acerto para a criança. IMITAÇÃO MOTORA A imitação motora é um comportamento de extrema importância e tem papel fundamental na aquisição de habilidades essenciais para a criança, podendo auxiliar por exemplo no desenvolvimento da linguagem e na interação social. Ao visualizar um menino brincando de “pega pega” correndo em um ambiente atrás de outro menino, a criança conseguirá imitar o comportamento motor dos meninos e interagir com eles nessa brincadeira? Um treino de imitação possibilita que uma criança que não possui esse repertório consiga realizar essa ação, entretanto, devemos iniciar com imitações simples, como bater palma, tocar no nariz, mandar beijo, dar tchau entre outros. Material: Objetos facilmente encontrados no ambiente natural da criança (para realização de imitação com objeto) e o aplicador, que realizará movimentos para que a criança imite. Instrução: O aplicador deverá realizar movimentos e solicitar que a criança faça igual. Uma forma de realizar a imitação com objeto, por exemplo, pode ser durante uma brincadeira de carrinhos, o aplicador desliza o objeto em uma superfície e diz à criança “faz igual” (a criança pode estar com outro carrinho na mão ou o aplicador pode entregar o que utilizou). A imitação também poderá ser realizada utilizando a brincadeira “O Mestre Mandou”, mas de uma forma adaptada, ao invés de vocalizar qual a ação a criança precisa realizar, o aplicador fará o movimento para que ela o imite. Então o aplicador dirá “seu mestre mandou” e realizará algum movimento para que a criança faça igual. É importante fornecer dica caso a criança não consiga realizar o movimento sozinha, começando com dica total, segurando a parte do corpo da criança para realização do movimento, por exemplo, se a imitação for “bater palma” o aplicador deverá segurar as duas mãos da criança batendo uma na outra; “dar tchau” aplicador precisará pegar a mão do cliente, levantá-la e balançar de um lado para o outro. Com o passar das tentativas, o aplicador precisa fornecer dicas menos invasivas, passando a dar apenas um toque no membro da criança para que ela inicie a ação, até que a imitação passe a ocorrer de forma autônoma. É preciso mencionar que após realizar a imitação de forma correta o aplicador deverá reforçar imediatamente a criança, realizando elogios, entregando itens de preferência ou ainda realizando uma atividade que a criança goste. PERCEPÇÃO VISUAL E MATCHING TO SAMPLE (EMPARELHAMENTO) Percepção visual e Matching to Sample ou Percepção Visual e de Emparelhamento com o Modelo contém tarefas que envolvem discriminações visuais, entre elas o emparelhamento com o modelo (colocar um item idêntico em cima ou ao lado de outro estímulo idêntico). O objetivo desse item é trabalhar as habilidades de percepção visual da criança. Essa tarefa exige da criança atenção visual, pois ela precisa atentar a um estímulo visual (estímulo modelo), rastrear um conjunto de outros estímulos (estímulos comparação) e selecionar o item correspondente baseando-se em algum critério específico (item idêntico). Material: Objetos idênticos como: copinhos, pratinhos e pregadores coloridos; blocos de diversas cores e formas. Caso o aplicador queira confeccionar atividades, poderá utilizar também papelão, folha A4 ou algum outro papel mais grosso, tinta guache, pincel, lápis e tesoura. Utilizando pincel e tinta, o aplicador pode criar diversas atividades, como pintar copinhos ou pratinhos, pintar pregadores que não sejam coloridos e diversos outros itens. Lembrando ainda que aplicador poderá utilizar qualquer item que possua outra unidade idêntica. Instrução: O aplicador precisa colocar os estímulos em um local adequado para a realização da atividade e entregar um item para a criança acompanhado sempre de uma instrução “coloca no igual” ou de uma pergunta “onde vai esse?”. Por exemplo: colocar um pregador azul, um verde, um preto, um amarelo e um vermelho em uma mesa e entregar um pregador azul para a criança dizendo “onde vai esse?” ou “coloca no igual”. O aplicador também pode confeccionar uma atividade, exemplo: em um pedaço de papelão, folha A4 ou qualquer outro tipo de papel com espessura mais grossa, desenhar algumas formas geométricas como círculo, quadrado, triângulo, retângulo, recortar esses itens e utilizar como molde para fazer pelo menos mais uma unidade de cada forma. Depois, colocar em uma mesa um círculo, um quadrado, um triângulo e um retângulo (outros itens podem ser adicionados também, como os pregadores sugerido no exemplo acima), entregar um círculo para a criança dizendo “onde vai esse?” ou “coloca no igual”. É interessante ressaltar que as atividades não precisam ser realizadas na mesa, o procedimento pode ser realizado como forma de brincadeira entre o aplicador e a criança.

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